Quem era Johan Emanuel Pohl
Johan Emanuel Pohl foi um Botânico e Geólogo austríaco nascido em 1782. Ele fez parte da comitiva nupcial real que veio ao Brasil para o casamento da Arquiduquesa Maria Leopoldina da Áustria com D. Pedro I em 1817. Pois é, era um pesquisador compondo a comitiva real.
A expedição nupcial
De fato, uma expedição científica integrou aquela comitiva nupcial. Por isso, além do pesquisador Pohl, essa expedição contava, ainda, com um Médico, um Zoólogo, um Desenhista de paisagens, entre outros.
A expedição permaneceu no Brasil entre 1817 e 1821, período no qual Dr. Pohl fez diversas viagens pelo interior do país. E tudo o que viu ele relatou então em um diário. Posteriormente, por ordem do Imperador da Áustria, suas anotações foram publicadas em livro e recebeu esse título: Viagem no Interior do Brasil.
As descobertas
Durante o período em que aqui permaneceu, Johan Emanuel Pohl ficou conhecido pela sua resistência física, destemor e espírito aventureiro. Isso porque ele sempre procurava os caminhos mais desconhecidos e menos usuais em suas viagens.
Pois é, entre o fácil e o difícil, ele preferia este último. Isso, aliás, foi o que lhe permitiu fazer descobertas incríveis a respeito de vários aspectos brasileiros. A geologia, a botânica e a fauna brasileiras, por exemplo, foram alguns deles. Além disso, ele levou vários minerais e cerca de 4.000 espécies de plantas do país para a Europa. Lá ele expôs tudo no Real e Imperial Museu do Brasil em Viena.
Os relatos
Durante seus quatro anos no Brasil, o pesquisador percorreu diversas localidades, como o Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás, por exemplo. Em cada capítulo do livro ele descreve trechos dessas viagens, que, aliás, se iniciaram no Rio de Janeiro. Isso porque foi lá onde a comitiva desembarcou vindo da Europa.
Ele inicia descrevendo a viagem de Livorno, na Itália, até o Brasil. E então passa a contar sobre suas passagens por Angra dos Reis, São João del Rei, Barbacena e Vila Rica, como era chamada Ouro Preto. Outras cidades também receberam a visita do pesquisador, como, por exemplo, Vila Boa, Paracatu e Porto Real, entre outras. Por fim, a expedição terminou onde começou, no Rio de Janeiro.
Alguns sites de pesquisa, aliás, citam as descobertas folclóricas e culturais daquela época feitas pelo pesquisador. O rebeca.org, por exemplo, menciona a descrição do autor a respeito de uma festa que ele presenciou em Santa Cruz. Então o site aponta a grande semelhança com as festas que ainda hoje acontecem em Goiás.
“Durante a minha estada em Santa Cruz, levaram-me a assistir à festa de Pentecostes, que começou com grande solenidade. Já na tarde de nossa chegada começara o barulho sem o qual os brasileiros não fazem festa. A essa hora a localidade estava muito animada, pois todos os habitantes pertencentes ao julgado, de perto ou de longe, haviam chegado com suas famílias para abrilhantarem a festa. Observei, entre as mulheres, fisionomias notadamente belas.” (fonte: http://rabeca.org/?fd=298)
O estilo do escritor
Enfim, essa obra é tida com um dos mais importantes relatos a respeito da história econômica e social do Brasil no fim da era colonial. Isso porque Johan Emanuel Pohl descreve ali festas, modos de vida, cenários naturais e sociais do país e riquezas naturais. Tudo isso, aliás, a tornam fonte de consulta obrigatória para os estudiosos desses campos do conhecimento.
Pois é, e no intuito de tornar a leitura agradável para qualquer leitor, mesmo os desinteressados pela linguagem científica, o autor evita detalhes catalográficos. Segundo sua próprias palavras, ele resolveu, por exemplo, “separar a narração pitoresca, que oferece naturalmente interesse geral, e apresentar à parte tudo o que é rigorosamente científico” em forma de apêndices.
Por isso, é possível viajar na história imaginando os cenários descritos pelo autor. Recomendamos a leitura aos amantes da história do Brasil e aos pesquisadores das localidades que ele menciona no livro.
Enfim, essa foi nossa dica de hoje, o livro de Johan Emanuel Pohl. Espero que tenham gostado. Deixem seus comentários e até o próximo post.
Veja também:
Holocausto Brasileiro – Daniela Arbex
Transformando Suor em Ouro – Bernardinho
Kristen diz
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