Atualizado em 24 de outubro de 2020
O Viajante Móvel traz desta vez uma viagem diferente. Uma viagem que não é necessariamente de lazer, mas que nos coloca literalmente dentro de um dos períodos mais sombrios da história. Uma viagem que, mais do que qualquer livro, nos ensina sobre uma era e nos faz experimentar sentimentos que nenhuma aula em escola alguma é capaz de fazer: uma visita a Auschwitz!
Fizemos um índice para facilitar sua navegação, caso queira ir direto para um tópico específico.
Nossa Visita a Auschwitz
Pois é, Viajante Móvel esteve em Auschwitz, o maior campo de concentração nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Isso porque alguns anos após a guerra o local se transformou num memorial e museu, aberto à visitação. E, de fato, não há como negar que é uma visita da qual saímos diferentes de como entramos, o que por si só já vale a experiência.
Não adianta querermos negar, a humanidade terá que conviver para sempre com esse período que nos mostra do quê o ser humano é capaz, para que aquilo jamais volte a acontecer.
Principalmente quando sabemos que essa mesma humanidade muitas vezes não aprende com os próprios erros, pois o século XX está cheio de outros acontecimentos iguais ao genocídio praticado pelos nazistas durante a Segunda Guerra. Vide Ruanda, na África, em 1992 e Srebenica, na Bósnia, em 1995. Por tudo isso Auschwitz é uma viagem intensa.
História de Auschwitz
Após a invasão da Alemanha à Polônia, em setembro de 1939, que deu início à Segunda Guerra Mundial, um movimento de resistência aos invasores tomou corpo entre os poloneses.
No combate a esse movimento de resistência os alemães começaram a colocar os rebeldes nas prisões polonesas. Mas, como o números de presos ia crescendo, foi necessário construir um local maior.
Então o “Campo da Morte”, como o Campo de Concentração de Auschwitz ficou conhecido, foi construído. Daí o motivo de os primeiros presos do campo terem sido poloneses (poucos sabem disso) de todas as idades, profissões e religiões, principalmente judeus.
Pois é, o primeiro comboio de poloneses a chegar em Auschwitz foi em 14 de Junho de 1940, tendo funcionado até praticamente o final da guerra. Aliás, Auschwitz é considerado o maior campo de concentração nazista.
Isso porque se estima que mais de 1 milhão de prisioneiros foram mortos lá no período de 1940 a 1945. Esses prisioneiros eram em sua maioria judeus, mas também havia prisioneiros de guerra, negros, ciganos, homossexuais e doentes mentais, todos provenientes da Polônia, Bélgica, França, Grécia, Hungria, Itália, Holanda, entre outros países.
Consta que, em 1944, cerca de 6.000 pessoas por dia eram mortas. Certamente mais pessoas morreram em Auschwitz durante a guerra do que as perdas de Estados Unidos e Inglaterra juntos durante todo conflito.
A Libertação de Auschwitz
O campo foi libertado pelos aliados em 27 de Janeiro de 1945. Mas poucos dias antes da libertação os nazistas obrigaram os prisioneiros que ainda conseguiam andar a marcharem pela neve do inverno europeu.
Por isso, essa marcha gerou ainda mais mortes pelo caminho. Ainda antes da chegada dos aliados os alemães destruíram algumas câmaras de gás a fim de não deixarem provas do genocídio.
Visita às Ruínas de Auschwitz
As ruínas dessa destruição foram deixadas do jeito que ficaram após essa tentativa de apagar as provas, portanto hoje podem ser vistas durante a visita, como uma fotografia real dos últimos instantes daquelas máquinas da morte, naqueles dias de 1945.
Nesse mesmo local há um memorial contendo várias placas, todas com a mesma frase, em várias línguas diferentes, onde se lê: “Que este lugar seja para sempre um grito de desespero e um alerta para a humanidade, onde os nazistas assassinaram cerca de um milhão e meio de homens, mulheres e crianças, a maioria judeus, de vários países da Europa. Auschwitz – Birkenau. 1940 – 1945.”
Como visitar Auschwitz
A melhor maneira de realizar uma visita a Auschwitz é se hospedar em Cracóvia, uma cidade que atrai muitos turistas, a cerca de 300 km da capital Varsóvia. Isso porque o Campo de Auschwitz fica a cerca de 80 km de lá. Aliás, em breve publicaremos um post sobre essa agradável cidade.
De Cracóvia até o Museu Memorial Auschwitz – Birkenau, nome oficial do museu, é possível ir de carro, trem, ônibus ou tour privado.
Carro
Nós reservamos um carro com antecedência e o retiramos no aeroporto logo na chegada. A viagem é muito tranquila pois, dura apenas uma hora, numa estrada excelente. Mas é importante lembrar que não existe uma cidade chamada Auschwitz. Pois é, esse foi o nome que os alemães deram ao lugar. O Museu mesmo fica na cidadezinha de Oswiecim (escreve-se Oświęcim em Polonês).
Ao passar pelo portão principal do museu, você pode pegar um fone para ouvir as informações do guia em várias línguas, entre elas espanhol e inglês. Pois é, não tem em português.
A entrada é gratuita mas se quiser uma visita a Auschwitz guiada tem que pagar. A vantagem é que o “transfer” para Birkenau está incluído, pois Auschwitz I e II não ficam próximos o suficiente para ir a pé.
Ônibus
A empresa que realiza esse trajeto é a Lajkonikbus, saindo diariamente da estação Kraków Dworzec Autobusowy MDA para Oswiecim, que fica próxima à estação ferroviária.
Visita a Auschwitz de Trem
A viagem de trem dura aproximadamente 2 horas, saindo da estação central de Cracóvia até Oswiecim.
Chegando na estação de Oswiecim você pode pegar um ônibus, que fica parado na frente da estação. Mas os que têm disposição preferem fazer uma caminhada de 2km de distância até o Campo.
Tour Privado
Existe ainda a possibilidade de transporte privado ou tour guiado, caso você prefira ir com mais conforto. Veja as opções do nosso parceiro Get Your Guide:
Visitando o Museu de Auschwitz
O campo de concentração de Auschwitz é, na verdade, um complexo que engloba três campos, Auschwitz I, Auschwitz II e Auschwitz III. Auschwitz II é conhecido como Birkenau, por isso o complexo é conhecido como Auschwitz – Birkenau.
Visita a Auschwitz I
Na visita a Auschwitz I você verá vários pavilhões que abrigam salas onde funcionava a administração do Campo. Pois é, cada casarão tem um conjunto de objetos, utensílios, roupas e outros pertences dos prisioneiros. Além disso, fotografias da época ficam expostas nas paredes, e vídeos ficam passando e contado a história do lugar naqueles dias, etc.
Sala dos Sapatos
Num dos casarões se vê a montanha de sapatos dos prisioneiros. Em outro, suas roupas, em outro ainda, uma montanha de malas, algumas com nomes ainda escritos nelas. Pois é, os prisioneiros eram obrigados a se desfazer de todos os seus pertences.
Sala dos óculos
Ainda em outro local se vê a montanha de óculos dos prisioneiros. Em outro pavilhão se vê montanhas de cabelos humanos, que eram utilizados para confecção de roupas e cobertas para os soldados alemães que lutavam a guerra naquele inverno europeu. Aliás tudo ali tinha alguma destinação dentro da indústria de guerra alemã. Num desses casarões também se pode ver de perto as latas do elemento químico utilizado nas câmaras de gás.
Pavilhão 11
Ao lado do pavilhão de número 11 fica o paredão das execuções. Pois é, ali prisioneiros “indisciplinados” eram executados com um tiro. Até hoje as marcas dos projéteis na parede estão lá, juntamente com flores e lembranças deixadas por descendentes dos que foram ali assassinados.
Em outro local também se vê outras estruturas de extermínio como, por exemplo, aquelas usadas para os enforcamentos coletivos e públicos. Isso era feito para dissuadir qualquer prisioneiro que tentasse integrar uma eventual rebelião, como de fato ocorreu em 1944. Os alemães acabaram com a rebelião e enforcaram os rebeldes nesse local.
Aliás, em quase todos os pavilhões estão expostas as fotos dos prisioneiros, como eram feitas quando chegavam ao campo. São as fotos para cadastramento, onde se pode ler o nome do prisioneiro, suas datas de nascimento e de falecimento, todos naqueles uniformes listrados.
Em outros pavilhões existem diversas fotos, de todos os tamanhos, contando a história do local, e tudo que de mais horrível ocorreu lá.
É impossível, além de inadequado, se colocar em uma escala de crueldade os “meios” de morrer que foram implementados naquele lugar. Mas é impossível negar que conhecer as câmaras de gás é uma experiência ainda mais intensa, ainda mais pelo fato de ser permitido entrar nelas.
Zyklon – B
Pois é, é indescritível o sentimento de estar lá dentro e imaginar os prisioneiros que foram obrigados a entrar. Aliás, muitos pensavam estar indo para um banho coletivo, quando, de repente, o Zyklon – B, nome comercial para o gás cianídrico, era jogado na forma de pequenos cristas no interior das câmaras, por meio de aberturas no teto.
Esses cristais, em contato com o ar no interior da câmara, se transformavam em um gás altamente tóxico. Era isso que causava a morte dos prisioneiros. Ainda é possível ver marcas de arranhões nas paredes das câmaras, sinal do desespero dos prisioneiros. Próximo às câmaras também se localizam os crematórios, onde os corpos eram queimados.
Todo o museu memorial é muito bem cuidado e estruturado, e há vários avisos lembrando que você está num lugar de reflexão. Por isso se exige respeito e silêncio em todos os momentos.
Visita a Auschwitz II, ou Birkenau
Birkenau é onde tem aquela entrada famosa, que aparece em alguns filmes, por onde os trens apinhados de prisioneiros chegavam de todos os cantos da Europa. É nesse campo que era feita a triagem dos prisioneiros, assim que desembarcavam. Alguns seguiam direto para as câmaras de gás que também existiam em Birkenau.
Entre os dois campos há um ônibus gratuito que transporta os visitantes entre Auschwitz I e Birkenau.
É permitido entrar num daqueles barracões também muito retratados em filmes, onde se vê as imagens dos prisioneiros amontoados em camas e beliches de madeira. Em outro barracão ainda estão lá as latrinas, que , aliás, adicionavam mais uma condição degradante à situação dos prisioneiros.
Auschwitz III – Monowitz
Por fim, existe um terceiro acampamento, o Auschwitz III que foi construído como um subcampo de trabalho pelos nazistas.
Esse acampamento chegou a fazer parte de Birkenau inicialmente, porém foi posteriormente separado, se tornando independente. No entanto, não é possível visitá-lo.
Lista de Schindler
Interessante lembrar que tudo isso já foi muito retratado em diversos filmes, mas sugerimos que, antes de visitar Auschwitz, assistam ao filme a Lista de Schindler. Caso já o tenham assistido há alguma tempo, assistam novamente. Faz parte da preparação do clima para a visita. Como foi nossa primeira vez, não fizemos isso, mesmo porque já tínhamos assistido o filme há muito tempo atrás.
Mas, curiosamente, ao retornarmos ao hotel após passarmos o dia no museu, sentimos uma vontade intensa de assistí-lo novamente. E assim fizemos. Podemos garantir que após ter estado no lugar exato onde tudo aquilo aconteceu é como ver outro filme .
Principalmente porque estávamos na cidade onde Schindler tinha a sua fábrica e empregou diversos judeus lá para salvá-los da tirania nazista. A fábrica ainda existe em Cracóvia. Por isso, como dissemos no início, Auschwitz é um lugar que nos transforma.
Quando se visita um lugar como aquele, a aura do local toca até os corações mais incrédulos.
E se você quiser descobrir a cidade de Cracóvia, base para a visita a Auschwitz, conheça as atrações da cidade no post O que fazer em Cracóvia na Polônia, do Fabricio Moura, no blog Vou na Janela.
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