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Ouro Preto – Dicas de Viagem

Ouro Preto, ou Vila Rica, nome que ostentou no passado, é uma das cidades mais interessantes do país e, certamente, do mundo. Não é à toa que a UNESCO a declarou Patrimônio Cultural da Humanidade em 1980. Em Ouro Preto o visitante caminha entre casas que testemunharam um dos períodos mais importantes da história do Brasil, quando atividades aconteceram com tanta intensidade que marcaram a trajetória de nossa nação, como a mineração, a Inconfidência Mineira e a escravidão.


Ouro Preto e sua história


A cidade nasceu em 1711 com o nome de Vila Rica de Albuquerque, ou simplesmente Vila Rica, resultado da junção de alguns núcleos de mineração da região. A importância da cidade ficou clara quando, em 1720, se tornou a capital de Minas Gerais, tendo mantido esse nome até 1823, quando virou Ouro Preto.

Em 1789 lá eclodiu o movimento conhecido como Inconfidência Mineira, movimento que contestava a exploração da coroa portuguesa na taxação do ouro que ali era coletado.

Vista de Ouro Preto

O movimento não chegou a se concretizar plenamente devido a episódios de traição e denúncia. Como resultado, os inconfidentes, como ficaram conhecidos os envolvidos no movimento, foram severamente punidos, sendo o mais famoso deles Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, cuja cabeça foi exposta em local hoje marcado por um monumento na Praça Tiradentes, centro de Ouro Preto. Em 1897 a cidade de Belo Horizonte é inaugurada e Ouro Preto deixa de ser a capital do estado, após uma longa e inesquecível presença no cenário nacional.

Em outros locais e prédios históricos da cidade é possível ver móveis da época, visitar o local onde restos mortais de alguns inconfidentes estão enterrados, e até o tronco onde Tiradentes foi enforcado. Perambulando ainda um pouco mais pela cidade, o visitante passa em frente à casa de Cláudio Manoel da Costa ou à casa de Tomás Antonio Gonzaga, dois importantes poetas da literatura nacional, e também inconfidentes. Já imaginou passar em frente ao portão do local onde morou Maria Joaquina Dorotéia de Seixas, ou Marília de Dirceu, título de uma das obras mais famosas de Tomás Antonio Gonzaga?

Casa onde morou Maria Joaquina Dorotéia de Seixas, a Marília de Dirceu.

 


O que Fazer em Ouro Preto


O Viajante Móvel deixa hoje suas impressões sobre a visita de dois dias a essa jóia que é Ouro Preto, uma cidade que tem uma importância histórica e permanente na formação do Brasil. No site oficial de turismo da cidade pode-se ler a frase que sintetiza essa importância: “Se nosso país nasceu em algum ponto do litoral, sua concepção como nação se deu em Minas. E sua mãe foi Vila Rica e seu alimento o ouro”. (fonte: http://ouropreto.org.br/turismo/Apresentacao/viajar)

Casa da Ópera Teatro Municipal de Ouro Preto

O Teatro é uma obra prima da arte colonial, tendo sido construído por João de Souza Lisboa e aberto suas portas ao público pela primeira vez em 1770, com o nome de Casa de Ópera de Vila Rica. É tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional e considerado o teatro mais antigo ainda em funcionamento das Américas.

O Teatro teve grande importância à época pois uma das preocupações de João de Souza Lisboa era compor um grupo de elite de artistas, oriundos de outros lugares do Brasil, a fim de tornar a companhia de teatro da casa um grupo de excelência. Ele também revolucionou o mundo teatral quando permitiu, pela primeira vez, a presença de mulheres nos palco, tendo se tornado, então, o primeiro teatro das Américas onde as mulheres puderam atuar, numa época em que o teatro era dominado por homens.

O prédio ainda preserva muitas das características originais, permitindo-nos sermos transportados à época do Brasil Colônia, e também do Brasil Império pois os imperadores D. Pedro I e D. Pedro II frequentaram o local, e sentaram-se naquelas cadeiras onde hoje qualquer um de nós pode tomar assento e assistir aos shows que ainda acontecem. Rui Barbosa discursou ali e até artistas estrangeiros de renome já se apresentaram naquele palco. O prédio preserva o estilo barroco, é todo revestido em madeira e tem capacidade de 300 lugares, divididos em 3 pisos.

Casa da Ópera Teatro Municipal de Ouro Preto

Igreja de Santa Efigênia

Igreja construída por Chico Rei (veja o texto sobre ele mais abaixo), auxiliado pelos negros escravos na época da mineração. Sua localização rende belíssimas fotos pois fica no alto de um morro de onde se tem uma vista inesquecível da cidade. Pode-se chegar até lá de carro ou a pé. A desvantagem de andar de carro pelos principais pontos históricos de Ouro Preto é que muitas vezes não é fácil estacionar próximos dos locais de interesse, pois há muitas ruas estreitas e, às vezes, mesmo sem um  “trânsito” muito intenso, ocorrem algumas paradas. Além disso, a cidade tem algumas ladeiras bem íngremes, por isso é comum sentir-se o cheiro de pneu, freio, ou ainda embreagens, “queimando” rsrs. E por falar em ladeira bem íngreme, essa que dá acesso à Igreja de Santa Efigênia é uma delas, se não for a mais íngreme da cidade. Por isso, ir até lá a pé tem a vantagem de não se preocupar com estacionamento, trânsito e pneus do carro, mas exige o esforço de subir a pé essa ladeira bem íngreme. Nós optamos por essa segunda opção, portanto, recomendamos calçados com solado de borracha, pois as calçadas e as ruas da cidade são um pouco escorregadias e vá devagar, suba lentamente que dá pra chegar. Atestamos que é possível e a vista que se tem lá do alto vale o esforço.

Igreja Santa Efigênia

Casa dos Contos

Esse é uma espécie de museu da moeda do Brasil, com entrada gratuita. Pode-se ver uma exposição das várias moedas que já existiram no país, desde os tempos da colônia, passando pelo império e, finalmente, a república, e que conta, inclusive, as etapas de criação de nossa moeda atual, o Real. Muito interessante. Tem uma área com bonecos simulando a forja das moedas, bem como as ferramentas e equipamentos utilizados na confecção das moedas. Se o visitante desejar pode solicitar informações e as funcionárias explicam como tudo isso acontecia, gratuitamente.

Sacada da Casa dos Contos

No porão fica a área da senzala, onde estão expostos equipamentos que eram utilizados pelos escravos nas atividades diárias, como ferros de passar. Também estão expostas as ferramentas usadas para prender e castigar os escravos, além de recortes de jornal da época, onde se pode ler “anúncios de escravos à venda ou para alugar”. Além da história das moedas, tem várias salas que reproduzem o modo de vida daquela época, além de uma biblioteca que guarda exemplares raros de obras famosas como Marília de Dirceu, de Tomás Antonio Gonzaga.

Interior da Casa dos Contos

Igreja de São Francisco de Assis

A igreja é linda em sua arquitetura, tanto na área externa quanto na interna e fica em frente ao Largo do Coimbra, onde ocorre diariamente uma feirinha de artesanato. Pertinho dali, na Praça de Inconfidência, localizam-se, em extremidades opostas da praça, o Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas e o Museu da Inconfidência.

Museu do Oratório

Próximo ao Museu da Inconfidência, e no pátio da Igreja do Carmo, o turista pode visitar o Museu do Oratório. Esse museu foi fundado em 1998, mas suas instalações originais foram construídas no Século XVIII. É um sobrado que funcionou como Casa do Noviciado do Carmo. Tem três pavimentos, o subsolo, o térreo e o primeiro andar onde o visitante pode entender um pouco sobre a história dos oratórios, cuja tradição se iniciou quando os tripulantes da frota de Cabral aqui chegaram.

Igreja Nossa Senhora do Carmo

É interessante descobrir como a construção e história desses oratórios podem dizer muito a respeito do período colonial e imperial do Brasil. Esses altares onde, em seu interior, eram esculpidas a imagem do santo de devoção tinham tamanhos diversos, desde os maiores, que ficavam sobre um móvel nas residências, até os minúsculos que eram carregados nos bolsos, de forma a manter a proximidade do devoto com seu santo e, assim, garantir constante proteção. Algumas das peças mais interessantes são os Oratórios Bala, que têm esse nome porque eram confeccionados na parte interna de balas de cartucheira, isso mesmo, balas de arma de fogo da época, por isso alguns são minúsculos!! Há também os oratórios confeccionados pelos negros escravos, que retratavam seus santos de devoção favoritos, a cultura e os costumes dos povos africanos. O museu conta com mais de 160 oratórios e 300 imagens do século XVII ao século XX, todos genuinamente brasileiros.

Museu do Oratório

Museu da Inconfidência

O Museu da Inconfidência foi o antigo Paço Municipal e Cadeia de Vila Rica. Lá estão enterrados os restos mortais de alguns inconfidentes, além de móveis e utensílios da época. É um museu muito bem estruturado que conta a história da inconfidência, em seu interior também se pode ver o tronco onde Tiradentes foi enforcado além de atividades interativas. A entrada é paga e não pode tirar fotos em seu interior. A iluminação do exterior do prédio à noite rende belas fotos a partir da Praça da Inconfidência.

Museu da Inconfidência

Praça da Inconfidência

É a principal praça da cidade. No seu centro existe um monumento que marca o local onde a cabeça de Tiradentes foi exposta após sua morte, como forma de exemplo aos que tentassem levantar-se em revolta contra a coroa, como fizeram os Inconfidentes.

Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas

O Museu de Ciência e Tecnologia é local de pesquisa de estudantes e de visitantes que apreciam ciência pois lá é possível conhecer um pouco de tudo, Mineralogia, Paleontologia, Física, Astronomia, etc. A vista da entrada do museu é linda, fica em frente à Praça Tiradentes, onde se vê, do outro lado, o Museu da Inconfidência.

Mina do Chico Rei

Conta a história que Chico Rei era de fato rei de sua tribo na África quando foi capturado, juntamente com toda sua tribo, para trabalhar como escravo no Brasil. Era admirado por muitos, senhores e escravos e, tendo trabalhado duro, acabou comprando a mina de seu antigo senhor, que hoje leva seu nome. Com o ouro explorado na mina conseguiu alforria para vários outros escravos que, com esse mesmo ouro, o ajudaram a erguer a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, atual Santa Efigênia. Suspeita-se que o nome tenha sido dado em homenagem a uma Santa negra adorada na Etiópia. Vale a visita a essa mina cuja história já é singular, por ter pertencida a um escravo.

Mina do Chico Rei

Passeio de Tuk-Tuk

Você já ouviu falar em Tuk-Tuk? É um meio de transporte muito comum nos países do sudeste asiático. Falamos sobre ele no post sobre nossa viagem à Tailândia. Pois não é que encontramos um passeio de Tuk-Tuk em pleno centro de Ouro Preto também?! A cidade realmente é cheia de surpresas. É o Tuk Tour.

Tuk Tour

Uma ideia muito legal. Eles têm roteiros prontos para levar o turista aos principais pontos turísticos da cidade. Em Ouro Preto são quatro opções de roteiro, variando de 2 a 4 horas de duração, visitando de 26 a 33 pontos turísticos, e eles buscam e levam de volta aos hotéis. Descobrimos que eles também têm o mesmo serviço em Belo Horizonte.


Onde comer


Bené da Flauta

No caminho entre nosso hotel e a Praça da Inconfidência nos deparamos com o Restaurante Bené da Flauta muito bem decorado e que parecia ser muito agradável. A decoração do local é de muito bom gosto, com flores naturais nas janelas, que dão ao visitante uma linda vista das montanhas ao redor da cidade, principalmente no segundo andar, junto às janelas. O lugar é muito agradável, com música ambiente tranquila, visual lindo, muito arejado, justamente por conta das várias janelas.

Fachada do Restaurante Bené da Flauta

 

Interior do Restaurante Bené da Flauta

 

Interior do Restaurante Bené da Flauta

 

Vista de Ouro Preto através da Janela do Restaurante Bené da Flauta

Pedimos um Tornedor grelhado com molho ferrugem e arroz piamontês e um Salmão ao molho de alho poró acompanhado de batata sauté. Os pratos são bem servidos e estavam deliciosos. Localizado ao lado da Igreja de São Francisco de Assis, próximo à feirinha de artesanato e à Praça Tiradentes.

Tornedor grelhado com molho ferrugem e arroz piamontês do Restaurante Bené da Flauta

 

Salmão ao molho de alho poró do Restaurante Bené da Flauta

Opera Café

Passear pela Rua Direita é uma boa pedida pois tem vários restaurantes e Cafés por lá, além de muitas lojinhas interessantes. Foi nesse passeio despretensioso que nos deparamos com o Opera Café, um lugar muito agradável e tranquilo onde saboreamos um Tiramissu, feito com camadas de biscoito champanhe embebidas em café, entremeadas por um creme à base de queijo polvilhadas com chocolate amaro. Foi ali que conhecemos a deliciosa Dália Dourada, um mousse de limão, sobre uma base de pão de ló de chocolate, coberto por uma casquinha de chocolate branco com um toque dourado, daí o nome. Simplesmente deliciosa!!! Vale a pena sair da dieta pela Dália Dourada e pelo Tiramissu.

Ópera Café

 

Ópera Café

 

Dália Dourada do Ópera Café

 

Tiramissu do Ópera Café

O Café faz parte da Pousada Solar da Ópera, onde os hóspedes têm direito ao chá da tarde. Servem pratos para almoço também e os doces são uma atração à parte, com várias opções, aliás, foi por causa deles que entramos para conhecer o lugar. Um excelente local para aquela paradinha básica pra descansar da caminhada pelas ladeiras da cidade.

Café Cultural

Em nosso primeiro passeio pela cidade, no início da noite, o Café Cultural nos chamou a atenção, já que dentro dele tem uma livraria, e como livro é algo que nos atrai, não pudemos deixar de conferir. Fica bem próximo à Praça da Inconfidência, a principal e mais badalada de Ouro Preto. O horário de funcionamento do Café é de 09:00 às 19:00 horas todos os dias. A Wi-Fi é boa e gratuita. O local tem uma excelente atmosfera, é muito agradável, com música ambiente e atendentes muito simpáticas. No andar de cima tem um espaço para exposição.

Quando estivemos lá havia uma exposição fotográfica mas não vimos pois já estava fechada. Experimentamos o Creme de Batata Baroa com queijo quie, muito gostoso e um prato de empadas gourmet, com cinco empadas, cada uma com um recheio diferente, uma mais gostosa que a outra. Embora não seja um restaurante, eles também servem alguns pratos que podem muito bem valer um almoço ou jantar.

Chá de Frutas Vermelhas no Café Cultural

 

Empadinhas Gourmet no Café Cultural

 


Onde ficar


O Hotel Luxor fica ao lado da Igreja Nossa Senhora da Conceição. Do hotel até a Praça Tiradentes a distância é de cerca de 400 m que, em qualquer outro lugar seriam “apenas” 400 m mas não em Ouro Preto. É que essa distância parece ser ainda maior por conta das ladeiras tão comuns na cidade.

Veja nosso post com mais detalhes do Hotel Luxor aqui.

Interior do Hotel Luxor

O Hotel Luxor tem restaurante próprio, onde servem um delicioso caldo de palmito, uma sala de leitura, onde tem alguns jornais locais além de revistas nacionais. Como a maioria dos prédios em Ouro Preto, o local fica numa estrutura antiga, um verdadeiro casarão do século XVIII. Os funcionários são muito simpáticos e solícitos, se dispõem a dar dicas da cidade. Durante nossa estadia tratamos com três recepcionistas diferentes e todos foram muito atenciosos. O ponto negativo é o Wifi que não é muito bom.

Enfim, visitar Ouro Preto é visitar um museu a céu aberto, um passeio imperdível.

Já viajou para Ouro Preto e quer compartilhar suas experiências com a gente? Deixe suas dicas nos comentários! Elas podem ajudar  outros viajantes! 

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